Em meio a noite


   Um motoqueiro chamado Sandro pilotava sua moto durante uma noite bem escura, sua gangue tinha marcado um encontro em uma outra cidade, Sandro que fazia parte dela foi informado que deveria chegar amanhã bem cedo, então o motoqueiro acordou bem cedo numa madrugada, pegou seu veículo e se disparou rumo a tal destino, em um horário tão alto, as estradas estavam praticamente vazias, para completar estava uma escuridão gigante, pois estava um grande céu nublado cobrindo qualquer fonte de luz, estrelas a Lua e tal, as únicas coisas que iluminavam a rua era o farol da moto de Sandro e uns postes que apareciam, mais a estrada era bem longa, então a distância entre eles era bem grande, levando bons minutos até avistar de um pro outro, de qualquer moto Sandro tinha que ir na reunião de sua gangue, então ignorou qualquer sinal que pudesse representar medo. Sua gangue era bem grande, ficava espalhada em vários cantos do país, mas ocorria casos como o de agora que marcaram uma reunião em um ponto específico para conversarem, debaterem ou simplesmente para se reencontrar, Sandro ficava a vários quilômetros do ponto marcado hoje, então acordou cedo e partiu com sua moto bem cedo, em tal madrugada, passando por várias curvas, cidades, vilas e umas montanhas, um caminho bem sinuoso inclusive, o clima estava bem frio, com céu nublado respingava algumas gotas de água, Sandro até que gostava de tal clima e ambiente, mas sempre ficava atento para o que a escuridão da noite guardava, principalmente passando por uma estrada que cortava caminho bem no meio de uma grande floresta, onde o asfalto e o mato era dividido por uma velha cerca de arame farpado.
   Minutos após, Sandro passa pela floresta e toma alguns metros de distância dela, mas quando isto acontece, um estouro do nada é ouvido, o homem se assusta, parece que veio da própria moto, pois uma fumaça preta bem grossa começou a sair e o seu farol estava piscando, ameaçando se desligar, pelo visto ela acabou quebrando por algum motivo, o motoqueiro acaba freando e parando perto de um grande poste de luz, com um braço que se estendia pra pista e emanando uma luz amarelada, ao redor não tinha grama, só terra e ao seu lado um pequeno e velho balde que foi aparentemente jogado ali, ao lado também tinha uma espécie de pilastra de concreto, Sandro estaciona sua moto neste lugar que parece ser o único sinal de civilização em quilômetros, o homem tenta entender o que aconteceu com seu veículo, mas pelo visto o motor simplesmente decidiu parar de funcionar, não daria para saber o que houve sem um mecânico. Sandro olha ao redor, mas tirando a área que o poste iluminava, se via só uma grande escuridão, como se aquela área fosse a única parte existente, sem contar no silêncio, Sandro pega seu celular e tentar ligar para alguém, até dava, mas acabava caindo na caixa postal, também não parecia ter nenhum sinal de internet para poder mandar mensagem, com todos estes pontos, Sandro não tinha muitas escolhas, ele também não quer caminhar e torcer para achar algum lugar no meio da escuridão, então ele simplesmente se senta em cima do balde velho ali e espera pela sorte de um carro ou qualquer outro veículo passar por ali, ou no pior dos casos, esperar até o Sol nascer.
   Bons minutos se passam, quase uma hora e sem sinal de que alguém passaria ali tão cedo, Sandro aproveitou e deu uma olhada no local em que se encontrava, a luz do poste era bem forte, iluminava até o outro lado da estrada, que também era mais aberta e sem mato que ficava envolta destas áreas, o motoqueiro tentou avistar se tinha algo além daquela área iluminada, mas a escuridão da noite estava enorme, poucas luzes como as das estrelas que passavam pelas nuvens e iluminando somente as sombras de algumas montanhas e da floresta atrás que o homem havia passado, falando nisto o motoqueiro nota que iria estar bastante atrasado para a reunião da gangue, então esperava que a sua falta fizesse dos outros se preocuparem e virem buscá-lo, mas isto também poderia levar horas, então meio cansado, Sandro volta a se sentar no balde e mexe um pouco em seu celular para passar o tempo. 
   Mais tarde, Sandro tinha simplesmente apagado de sono e agora estavas deitado no chão ao lado de sua moto e usando uma pedra como travesseiro, incrivelmente parecia confortável, mas enquanto fazia isto, do nada surge uma espécie de uivos ou latidos que foram altos o bastante para acordar Sandro, que se levanta confuso, olha em volta, esperando que fosse um cachorro do mato, fica em pé e fica bem atento caso fosse atacado, ele olha o outro lado da estrada onde vê os arbustos se movendo, Sandro primeiramente pensa em se aproximar para ver o que era, mas como viu muitos filmes de terror, fica apenas onde estava, como não tinha muita coisa para se esconde atrás da moto, onde espreita. mas acaba se surpreendendo quando do meio do mato, sai o que parece ser uma raposa, laranja e branca, o motoqueiro se alivia, mas ao ver a criatura melhor, percebe algo estranho, além dela parecer bem menor que uma raposa comum, ela parecia ser de tecido, como se fosse um boneco de pelúcia, seus olhos refletiam a luz do poste, como se fossem feitos de plástico, Sandro fica intrigado e quando menos se espera, mais 3 igual a raposa saem e uma outra que era maior e tinha um corpo mais alongado (Provavelmente a mãe) emergem do mato, todos parecendo com raposas de pelúcia vivas.
   Sandro continuava com a guarda alta atrás da moto e apenas observando as criaturas que brincavam juntas, elas demoram para notar a presença do motoqueiro ali, mas quando a mãe o nota, vai até ele com seus filhotes atravessam a rua, as raposas olham com curiosidade Sandro, não pareciam ter medo dele, o homem olha mais de perto, aquilo realmente parecia pano sintético ou feito a mão, além de algumas costuras pelo corpo eram visíveis, a mãe raposa se senta ao lado de Sandro e vigia enquanto seus filhotes brincavam com ele. Olhando mais de perto, as raposas realmente pareciam ser de pano sintético, como uma pelúcia que você veria em qualquer loja de shopping, de qualquer modo Sandro estava até que gostando de brincar com as raposinhas, mas aí a mãe da matilha pediu para seus filhotes continuar seu caminho, então as criaturinhas se afastam e se afundam nos arbustos, sumindo de vista, Sandro acaba ficando sem reação com tal cena, nunca que iriam acretidar se contar, então ele pega seu celular e ver que ainda era umas 2 horas da madrugada e ainda sem sinal de um carro passar ali.
   Meia hora depois após o encontro com as raposas, Sandro meio que acabou perdendo seu sono e sem sinal de passar uma alma viva naquela estrada, ele acabou pegando um galho seco e começou a fazer uns desenhos na terra para passar o tempo, até que um barulho estranho surge, assustando Sandro, pareciam grunhidos vindos da parte escura, o motoqueiro olha em volta e tenta identificar de onde estava vindo aquele som, só que era difícil de se identificar, ele percebe que estava vindo de seu lado, parecia que alguma coisa estava acontecendo em meio bem a fundo daquele mato, aqueles grunhidos aumentam, pareciam ser de um animal bem grande, Sandro se lembra das raposinhas e fica preocupado. Logo em seguida, choramingos são ouvidos, deixando o homem ainda mais apreensivo e quando menos se espera, da escuridão é simplesmente arremessado a metade de uma raposa de pelúcia que acaba caindo bem no meio da pista, rasgada, em pedaços e com toda a espuma saindo, Sandro chega mais perto e percebe que era a mãe da matilha, agora estava completamente parada e pelo visto sem vida, o homem gica se perguntando o que aconteceu e onde estava os filhotes.
   Minutos se passam e Sandro espera que algo a mais saia da escuridão, ele até pensou em adentrar a mata para ver o que aconteceu com as outras raposas, mas viu filmes de terror o suficiente para saber que isto é uma péssima idéia, ele também estava triste com o que aconteceu com a mãe das criaturinhas. Mas quando menos se esperava, Sandro se alivia poisviu as raposinhas saindo dos arbustos, um em seguida da outra a primeira, a segunda e terceira, cada um saltando saindo da escuridão além do poste, visívelmente assustados, mas quanto o 4° ía sair, ele é pego no ar, sendo segurado pelo pescoço por algo que acaba o puxando de volta para escuridão, Sandro desesperado apenas ouve sons de rugidos, choramingos e pano se rascando e do lado escuro além da luz amarela sai pedaços de pano laranja e até os olhos de pláticos, outra raposa foi morta pela coisa da escuridão. As raposinhas restantes se aproximam do motoqueiro, visívelmente apavorados, eles olham pro que restou da mãe deles e demonstram estarem triste, Sandro se pergunta o que diabos aconteceu e o que estava fora da luz amarela, ele ouviu passos e grunhidos rodeando a área iluminada e se escondendo na escuridão.
   Sandro olha em volta, já era umas 3:30, as raposinhas ainda estavam abaladas pelo o que aconteceu com a mãe e um de seus irmãos, o motoqueiro tenta confortá-las, mas aí ele ouve passos pesados e no meio da estrada, além da luz amarela, para uma coisa que parece ser bem grande, o pouco de luz que a Lua emanava através das grandes árvores, projetava a silhueta de uma criatura quadrúpede, meio lobo, não dava para identificar pois ainda tinha uma sombra bem forte combrindo a criatura, mas ela parecia ser bem grande, quase do tamanho do poste, Sandro fica com medo, óbviamente era aquela coisa que queria atacar as raposas e agora estava encarando o motoqueiro. 
   As raposinhas restantes após lamentarem pela perda da mãe,vão até Sandro que encarava os olhos brilhantes da criatura, já era para ter atacado, analisando a situação, como se ela não quisesse ou pudesse entrar na área iluminada, deixando pro monstro monstro uma raiva que se notava em seu rosnar, eles estariam seguros na área iluminada pelo poste, o motoqueiro pensa que poderiam ficar ali até a luz do Sol raia e a coisa ter que ir embora, ele acaba tirando a cargaça de pelúcia do meio da estrada e coloca ao lado de sua moto, onde se senta junto com as raposinhas e espera o dia nascer. Umas 4:30 horas, bastante tempo depois, faltava pouco pro Sol aparecer Sandro estava sentado no chão com as raposinhas dormindo perto dele, mas o motoqueiro continuava atento em relação a criatura que realmente não conseguia entrar na área iluminada, ficava rodeando o local, rosnando e dando para ouvir ele passando pelos arbustos e árvores, procurando alguma brecha para entrar e atacar, mas Sandro estava bem atento, a criatura volta ao meio da rua e para, o motoqueiro presta atenção nela, ainda estando bem difícil de vê-la, faltava pouco pro Sol nascer, assim ela teria que ir embora.
   Perto da hora virar, Sandro abraçado com as raposas, sentado encima do velho balde esperava que tudo ficaria bem, a criatura parece ter ficado quieta, o poste continuava iluminando com a sua luz amarela, mas após o motoqueiro olhar para cima e ver os fios, nota que eles começaram a balançar, começando de forma lenta até num nível mais brusco, a lâpada então começa a piscar, o motoqueiro se levanta, a criatura estava tentando apagar as luzes do poste mexendo no fio, com as piscadas aumentando, as raposinhas ficam tremendo de medo, e num flash, Sandro ver um braço extremamente longo se esticando, em meio a flashs de luz é queimada, mas consegue pegar mais uma raposa e puxando para escuridão, neste intervalo o poste para de piscar, Sandro com medo apenas ouve o som de pano rasgando e grunhidos de sofrimento vindo da escuridão, um grande rugido é ouvido, o monstro joga os pedaços de pano laranja e olhos de plástico, mostrando o que aconteceria com o restos das raposas e possivelmente o motoqueiro, só precisava destruir os fios antes do Sol nascer.
   Sandro fica assustado quando os fios voltam a ser balançados, a qualquer momento o lobo iria deixar tudo escuro e pegá-los, mas faltava tão pouco pro Sol nascer, o motoqueiro olha em volta e ver sua moto, de primeira pensa pegá-la e acelerar o máximo possível, se afastando do monstro e até o amanhecer pra ele ter que ir embora, mas acaba se lembrando dos estouros do motor mas cedo, com este defeito poderia dá ruim no meio da fuga, mas não tinha muitas escolhas, era arriscar isto ou esperar o monstro destruir o poste e ataca-los, ele olha em volta para pensar numa ideia melhor, mas tudo o que tinha era sua moto, mato, pedras e o balde velho, pelo visto tal decisão teria que ser tomada. Sandro levanta a moto e prepara a chave, pega as raposinhas que estavam encolhidas de medo e coloca em cima da moto, mas quando ele iria colcar a última, o braço da criatura rápidamente se estende, parando de piscar o poste e agarrando da traseira da pelúcia, Sandro consegue segurar e puxa na direção oposta, a luz faz a pele do lobo queimar e soltar fumaça, a criaturinha grita de dor e medo, o homem tenta salvar, mas com a força dos puxões acaba partindo a raposinha no meio, com uma metade ficando com Sandro e a outra sendo puxado para a escuridão, assustando o homem que cai no chão, agora soprou só uma raposinha, ele não queria que ela tivesse o mesmo destino do resto de seu bando, então disposto a salvá-la, pega a criaturinha, levanta e monta na moto, o lobo volta a balançar os fios, quase os arrebentando, Sandro liga o motor e começar a acelerar a moto com a raposa em seu colo, justo no momento em que a luz é apagada, sendo ouvido ao longe um grande rugido do monstro que começa a correr atrás do motoqueiro, a luz do Sol começa a surgir.
   Em alta velocidade, Sandro pilota em sua moto pela extensa estrada ao lado da parede de uma montanha, enquanto foge do lobo gigante, olhando pelo retrovisor, a luz do Sol aos poucos surge, queimando a criatura, até saindo fumaça, mas fraga para parar a criatura em definitivo, Sandro foca a frente protegendo a raposa e torcendo que o motor da moto aguente, embora dê vários estalos em intervalo de segundos. O motoqueiro passa numa parte aonde de um lado tem floresta e do outro um baita barranco, a criatura ficava cada vez mais perto, obrigando Sandro a aumentar a velocidade, com conseguência dos estalos ficarem maior, a criatura se aproxima mais, na perseguição Sandro se depara com uma curva, ele tenta fazer, mas justo quando gira, o motor explode, queimando Sandro, estragando a moto e jogando ele para cima e o projetando para frente, ele acaba batendo e destruindo a cerca, em seguida caindo e rolando o barranco a frente até lá embaixo, Sandro conseguiu se abraçar a raposinha, mas acaba soltando no rolamento, passando por arbustos e árvores, o homem acaba na estrada abaixo, todo ralado e machucado, com a visão turfa ele olha para as árvores, onde acabou sendo separado da raposinha que se encontra deitada, a criatura logo atrás vem descendo, mesmo com a luz da manhã estando mais forte, ele está protegido pela sombra das árvore, se aproximando a criaturinha, ele dá uma olhada pro homem jogado, como forma de deboche de que venceu, o lobo gigante mexe na raposa, mas estranha por ela não se mover, ele acaba virando e se assusta, era uma raposa morta, Sandro acabou escondendo a que ficou viva lá trás, fazendo o monstro o perseguir a toa, o motoqueiro rir da cara do monstro por isto, ele rosna de raiva, mas não podia avançar por causa da luz do Sol e ao ver que ao longe se aproximava um carro, ele simplesmente vai embora, se afundando na escuridão das árvores denovo.
   Sandro acaba se deixando desmaiar no meio da rua mesmo depois de tudo isto, ao longe vem uma caminhonete de um casal que acaba avistando Sandro jogado no meio da rua, assustados eles acabam o pegando e levando pro hospital mais próximo, horas depois, num quarto, Sandro explica o acidente que acabou sofrendo com sua moto, escondendo grande parte do que aconteceu a noite, os médicos diagnósticam que ele acabou quebrando um braço e uma costela, além das queimaduras que ganhou por conta da explosão, ele teria que ficar em repouso por um tempo, os médicos deixam o quarto, Sandro pega seu celular que agora estava com a tela rachada, agora com internet, viu as mensagens, sua gangue perguntando o que ouve com ele, acabou perdendo a reunião, Sandro explica que sofreu um acidente, e fala que ficou desmaiado a noite inteira, agora Sandro queria saber para que raios era esta reunião? É explicado que era só uma festinha de comemoração por uma jaqueta nova, depois de xingar todo mundo, Sandro desliga o celular e se deita para descançar, pensando na noite que teve. Lá no poste, em meio a manhã, de baixo do balde velho sai a única raposinha de pelúcia que sobreviveu, agora sozinha, ela anda pela estrada em busca de uma casa nova.

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