O Walkie talkie

   Dois amigos, Henry e Joe, crianças de 7 e 8 anos brincavam alegremente no quintal de polícia e ladrão, um perseguindo o outro, fazendo uma viatura com papelão e até fingindo se comunicar um com outro através de rádios comunicadores, apesar de não terem e apenas ficam gritando alto um pro outro, os dois tinham uma amizade bem forte, se conhecem deste que nasceram praticamente, tipo de caso que um não conseguiria ficar muito tempo longe do outro, eles também tinham uma família bem grande, principalmente Henry que tinham vários tios, mas um era o seu favorito, Bernado, ou só Berny, era o típico andarilho, viajava o mundo, sem destino, apenas fazendo voltas pelo planeta, sempre que voltava para casa, tinha muitas histórias para contar, nas quais Henry amava ouvir, que sempre pedia para seu melhor amigo vê-las com ele, mas Joe era muito imperativo, não tinha paciência, era muito agitado e nunca conseguia prestar atenção quando os outros falavam.

   Num dia, no final de uma de suas aventuras, quando Berny volta para casa, ele têm uma grande surpresa para seu sobrinho, um presente embrulhado, Henry fica muito animado e abre, assim acaba por ser presenteado, um par de walkie talkies, pretos, com antenas, vários botões e uma pequena telinha, parecia rádio que policia usa, Henry fica muito agradecido por ter recebido isto, era algo que queria muito, mas ao mesmo tempo fica desconfiado, pois conhecia muito bem seu tio, ele não tinha um dinheiro no bolso, não teria como ter comprado isto, Berny sabia que o muleke era inteligente, já entrega que não tinha comprado eles exatamente, explica tudo que aconteceu.[4 semanas atrás]Ultimamente tem tido chuvas com raios bem fortes, numa noite um deles acabou causando um acidente, fazendo um caminhão todo preto derrabar, indo para fora da pista e tomba pro lado, vários motoristas pararam para ajudar o caminhoneiro, principalmente Berny que passava por ali com sua moto, saiu e foi ajudar caminhoneiro, mas ao chegar no caminhão, com todo mundo distraído tentando ajudar o motorista, nosso motoqueiro percebe que a porta do contêiner foi aperta por causa do impacto, ele aproveita e de forma bem escondida, entra, vendo o que parecia um monte de caixas de entrega, algumas foram abertas, revelando que carregavam aparelhos e dispositivos, infelizmente todos pareciam ter quebrado, mas Berny aproveita e acaba pegando uma, abre e nota que era dois rádios comunicadores, ele se lembra do seu sobrinho, pensa que seria um ótimo presente, então sem cerimônia rouba a caixa, passando pelas pessoas distraídas tentando realizar os primeiros socorros no caminhoneiro desmaiado, volta para sua moto, prende os walkie talkies na garupa e liga, dirigindo para bem longe dali.

   [Voltando pro agora]Após explicar o que fez, Berny pede para seu sobrinho não contar nada pros seus pais, com Henry sendo uma criança, não tem muito que questionar, mas também por querer o presente promete guardar este segredo, ele pega a caixa e corre até o quintal onde Joe esperava, animado conta pro seu amigo que graças ao seu tio tinham dois walkie talkies, isto deixaria a brincadeira de policia e ladrão muito mais realista. Após colocarem pilhas, eles ligam para testar, só que no momento que apertam o botão, um ruído de estática bem alto sai dos aparelhos, dando um baita susto nos garotos que caem no chão, mas no momento em que o botão é solto, este barulho para, com o ouvido doendo um pouco, as crianças tentam entender que foi isto, Henry deduz que isto  aconteceu por quê estavam muito perto um do outro, então eles decidem que iriam tomar uma grande distância um do outro para o walkie talkie funcionar, eles tentaram se afastar muito, mas mesmo que desse para ouvir melhor, ainda dava para ouvir aquele ruído irritante, com praticamente cada um estando em uma ponta do quintal que era bem grande. A dupla fica confusa do que faria agora, aqueles radiozinhos funcionavam de uma maneira bem estranha, mas justo neste momento Joe tem uma ideia, fala que eles deveriam ir fara fora de casa na rua, assim iriam ter muito mais espaço, quem sabe assim estes walkie talkies funcionem, Henry imediatamente aponta o quanto aquela era uma péssima ideia, ressaltando o quão perigoso isto seria, mas antes que pudesse explicar mais, Joe corre bastante, passando por toda a casa até entrada, vendo o que seu amigo iria fazer, Henry corre atrás para impedir o seu amigo de se meter em encrenca.

   Com cada um tento um walkie talkie na mão, eles acabam indo pro lado de fora da casa, Henry continuava a tentar parar seu amigo, Joe continuava se afastando dele, gritando, pedindo para não estragar a brincadeira, ele queria muito fazer o aparelho funcionar, por conta de sua agitação não iria parar tão facilmente, Henry corria atrás dele pelas calçadas, mas seu amigo era muito rápido, numa parte, Joe para um pouco, fica com expressão de raiva pois seu colega não queria brincar com ele, então o guri decidi atravessar a rua sem olhar pros lado, dançando e rodopiando, o muleque tava tirando uma com a cara do outro, tudo sem soltar este maldito walkie talkie que ainda emitia aquela estática. Quando Joe fica bem no meio da rua, Henry fica na ponta pedindo para ele voltar, ao ver que não iria conseguir nada com tudo isto, o menino agitado para e pensa em voltar, mas justo neste momento BÁ! Uma caminhonete que vinha da esquerda atropela com tudo Joe, que acaba sendo arremessado para frente, sons de ossos quebrando é nitidamente ouvido, além de sangue voando, o walkie talkie acaba saltando de sua mão por causa do impacto, o objeto voa bem alto, dando para ver um pedaços quebrados saindo, o objeto acaba caindo em um mato ali perto, sendo perdido de vista, Henry fica paralisado com a cena que acabou de ver.

   Horas depois a ambulância chega para pegar o corpo de Joe e levar pro hospital local, uma comoção de pessoas se reúne para ver o que aconteceu, o acidente e o motorista da internet sendo apreendido, Henry infelizmente não conseguiu ver seu amigo sendo levado pois tinha uma barreira de gente o impedindo, os pais de Joe tinham sido informados, eles estavam em uma viagem de trabalho importante, mas ao saber do acidente que aconteceu com seu filho que era para está sendo cuidado pelos pais de seu amigo, voltam imediatamente para casa, mas poderá demorar uns dias. Henry ainda chocado é levado de volta para casa pelo seu pai, a criança pergunta se poderia visitar seu amigo na clinica, mas seu pai fala que provavelmente estaria em operação e cuidados médicos, eles iram vê-lo depois de uns dois dias, aceitando isto, Henry tenta seguir seu resto de fim de semana. Ele se lembra do walkie talkie de seu amigo que vou para longe, ele volta pro local do acidente, procura por toda parte, na moita, nas árvores, na rua, mas sem sinal do aparelho, parece ter sumido, algo frustante pois não têm como um comunicador funcionar sozinho, agora tinha só um walkie talkie que era inútil neste caso, Henry acaba por voltar para casa quando escurece, bravo por ter arruinado o presente que seu tio deu e preocupado pelo seu amigo no hospital.

   No começo da madrugada, Henry com uma certa dificuldade para dormir por causa do que aconteceu hoje, o walkie talkie estava encima da penteadeira, acreditando que ele não iria funcionar sem o seu par, deitando na cama para ver se pega no sono, um grande ruído de estática é ouvido, Henry levanta, descobre que este barulho veio do rádio, seguido vem a voz de seu amigo falando o clássico ''câmbio?", seguindo pergunta se alguém conseguia escutá-lo, espantado o muleke sai da cama e pega seu walkie talkie onde começa a conversar com seu amigo, com um falando que agora este aparelho tinha funcionado finalmente, provavelmente por um defeito ele só funcionava a uma distância bem grande assim, Joe explica que tinha trazido seu walkie talkie pro hospital, Henry estranha pois jurava que não tinha visto isto quando seu amigo foi colocado na ambulância e que o rádio tinha voado pra bem longe, mas acaba por ignorar este fato, pois realmente estava preocupado com seu amigo. Eles conversam praticamente a noite toda, coisa que uma criança perguntaria, se o machucado que ganhou era maneiro, se comida do hospital era boa, se doeu, estas coisas, Henry nota que a voz de seu amigo estava meio cansada de roca, a pergunta se ele realmente estava bem, Joe tenta tranquilizá-lo falando que sim, Henry nota o Sol nascendo, nem tinha percebido o tempo passar, ele pede para desligar o walkie talkie, então acabam se despedindo, soltando o botão do aparelho, Henry não podia acreditar que seu parceiro se curou tão rápido.

   Henry vai até a cozinha,onde estava seu pai, o homem nota que seu filho estava muito cansado, já confronta pergunta se ele tinha ficado acordado a noite inteira, a criança acaba admitindo que sim, ele tinha virado madrugada pois finalmente tinha feito aquele walkie talkie funcionar, assim ficou conversando com seu amigo que estava no hospital, o velho estranha pois não deveria recebido uma notícia que Joe teria melhorado, mas acaba relevando, pensando que foi só imaginação de seu filho. De tarde tudo estava tranquilo, Henry tentava liga seu walkie talkie de novo para poder falar com seu amigo, mas por algum motivo não funcionava, nem o som da estática fazia, tinha algo estranho, quando a criança tenta descobrir oque estava acontecendo, aparece seu pai com seu celular conversando, ele oferece o telefone pro filho, falando que era seu amigo, tinha melhorado, Henry estranha pois Joe falou que já tinha melhorado pelo walkie talkie, mas sem questionar pega o telefone, Henry pergunta se estava tudo bem, Joe responde que sim, embora tenha ficado em coma a noite inteira, a criança fica confusa e assustada, pergunta se ele tinha levado o walkie talkie com ele pro hospital, mas a outra explica que tinha perdido ele no acidente, não tinha a menor ideia de onde estava, Henry fica com medo, se Joe não falou com ele deste ontem, o que era aquela coisa com sua voz? Henry se despede, encerra a ligação pois um calafrio correu pela sua espinha que nem um raio, seu pai nota isto e pergunta se estava tudo bem, pensando que ele não iria acreditar nesta história, afirma que sim, só passou um pouco mal, o homem engole esta reposta e pede pro seu filho e logo para cama neste caso pois já tinha escurecido, então sem muita coisa para fazer, obedece esta ordem.

   A noite, Henry está sentado em sua cama, encarando com medo o walkie talkie que estava na penteadeira, pensando em quem era que conseguiu imitar a voz de Joe e ficou conversando com ele a noite toda? A estática volta, e seja quem estivesse do outro lado, estava tentando se comunicar Henry, ainda com a voz de seu amigo, a criança já confronta está pessoa e pergunta quem era ela e o que queria? mas ao invés de receber uma resposta, um grunhindo bem alto sai, são alto que faz o walkie talkie tremer e cair no chão, Henry muito assustado se encolhe em sua cama, assistindo dali o que acontecia, os grunhos param, no lugar começa a sair uma risada, parecendo de um homem velho bem grossa, apesar de parecer o riso mais distorcido já visto, com raiva, Henry pede para que ele responda logo a sua pergunta, as risadas sezão e aquela coisa começa a falar, não usando mais a voz de Joe, bem roca e gaguejando, fala que apenas queria brincar um pouco, não entendia o porquê da criança estar com tanta raiva. Henry não acreditando, pede para que ele fale sério, o que ele queria, mas ao invés de responder, a pessoa fala consigo mesma, falando que se lembrava que a sua mãe lhe ensinou a nunca brincar com a comida, o muleke se assusta com está frase pois sabia que estava se referindo ele em específico, Henry pede para ele deixá-lo em paz, mas de novo a coisa apenas se pergunta para se mesma em voz alta-''Acho que estraguei está, será que a outra criança é mais saborosa?''- então o walkie talkie é desligado ficando só com aquela estática como sempre. Henry fica apavorado pois aquela coisa iria pegar seu amigo, com raiva ele joga o seu walkie talkie na parede, quebrando-o todo, correndo a partir de seu quarto para fora de casa, pega a sua velha bicicleta e tenta pedalar o mais rápido possível para o hospital e salvar seu amigo.

   Enquanto isto, Joe estava em seu quarto no hospital descansando na maca, pois tinha acabado de passar por uma cirurgia em que teve que fazer vários pontos nas costas, ele dormia tranquilamente, até que um barulho bem alto vindo do lado de fora vem e acorda, assustado, Joe fica curioso com o que era, mas sentia muita dor para levantar direito da maca e tinha medo de romper as linhas da ferida, ele tenta apertar o botão que normalmente chamava uma enfermeira, fazendo um pequeno barulho, mas por algum motivo não estava, ele analisa e nota que de alguma forma o fio tinha sido cortado, então sem muitas escolhas, levanda com cuidado, tendo que carregar seu soro, vai até a porta e abre, tudo que ver é o corredor do hospital completamente escuro e deserto, não tinha sinal de que alguém tinha passado ali. Joe fecha a porta e anda de volta a sua maca, mas se espanta pois uma coisa estranha do nada apareceu encima dela, um walkie talkie, mas era o que ele tinha na mão antes de ser atropelado, tinha até rachaduras, Joe se pergunta com aquele rádio foi parar ali, ele pega e ouve uma estática saindo dele, um frio é sentido, a criança se deita e se enrola com o coberto, esperando e pedindo para que a pessoa que estivesse ali fosse embora, mas ao sentir duas mãos bem grandes, maiores que seu torço prensando seu corpo, num susto ele pula, infelizmente acaba caindo da maca pro chão, com uma força tão grande que os pontos romperam e abrindo a ferida, derramando sangue, Joe se arrasta até a parede, tudo que ver era um homem enorme, gordo, usando um manto preto e um chapéu que cobria seus olhos, mas deixava bem amostra sua grande boca, estampando um grande sorriso, rindo sem parar, onde a qualquer momento iria para cima.

   Após pedalar muito, Henry consegue chegar no hospital, quase amanhecendo, vai até a recepcionista, explica que era amigo de Joe, pergunta onde mesmo estava, a mulher pergunta por que veio tão cedo, mas Henry fala que não tinha tempo e apenas pede o número do quarto, após receber a localização, a criança corre com toda a sua força pelos corredores e subindo as escadas, graças a Deus consegue, Henry acredita que conseguiu chegar a tempo, embora tivesse com uma sensação ruim, abre a porta do quarto, mas ao envés ver tudo bagunçado, sangue espalhado, mas um rastro grande e vermelho se destacava, saindo da maca e terminando na janela de vidro que agora estava quebrada, Henry se aproxima do colchão do hospital, apenas para encontrar o outro walkie talkie  bem no meio encima de uma grande mancha de sangue, uma estática repentina sai, por fim do outro lado vem uma voz:Câmbio?